Congelamento de Óvulos

Originalmente, a criopreservação de óvulos foi criada e desenvolvida pensando na preservação da fertilidade de mulheres com câncer que iriam se submeter a quimioterapia, com o conseqüente risco de menopausa precoce pela destruição de seus óvulos

Hoje, porém, a criopreservação de óvulos se tornou uma estratégia viável de preservação de fertilidade em mulheres que desejam manter seu potencial reprodutivo, postergando o momento da gestação.

Como funciona?

Qualquer mulher pode ter seus óvulos congelados. Para se obter os óvulos de uma mulher, a mesma deve ser submetida a um processo de indução de ovulação, onde são administrados hormônios por via parenteral (injeções), e com acompanhamento seriado de ultrassonografias, verifica- se o crescimento dos folículos ovarianos. Este processo leva em média 15 dias, e quando se observa que se atingiu o ponto de maturação dos óvulos, a paciente é levada ao laboratório de reprodução assistida, onde é realizada a coleta dos mesmos por via vaginal com a paciente sedada. É o mesmo procedimento utilizado nos protocolos de fertilização in vitro ( FIV- bebê de proveta).

A idade média das mulheres nos EUA que procuram o serviço de preservação de fertilidade é de 37 anos. Mas idealmente, a mulher deveria pensar em procurar esta assistência em idade mais jovem, com isso se obtendo mais óvulos e de melhor qualidade.

Taxas de sucesso

As taxas de sucesso de gestação com óvulos congelados tem sido historicamente baixas, pois o óvulo é muito sensível ao congelamento/ descongelamento, isso devido ao seu tamanho, alto conteúdo de água, arranjo cromossômico e endurecimento de sua zona pelúcida (uma espécie de camada que o circunda).

A melhora da sobrevida alcançada na última década deve- se principalmente à melhora das técnicas de congelamento rápido, como modificações na concentração de sódio e sacarose no meio químico, mudanças na temperatura inicial e na temperatura de semeadura.

Mas o principal avanço técnico foi o advento da técnica da “vitrificação”, onde se usam altas concentrações de crioprotetores com congelamento rápido por imersão em nitrogênio líquido.

Hoje, as taxas de sobrevida, fertilização e gravidez alcançadas com óvulos congelados se aproximaram das alcançadas com óvulos frescos. E a incidência de anormalidades genéticas não é diferente da encontrada na população em geral.