Obstetrícia e Medicina Fetal

Trombofilia e Gestação

A trombofilia é uma patologia adquirida ou hereditária, a qual apresenta uma condição de hipercoagulabilidade que favorece a formação de trombos (coágulos). Infelizmente é uma condição não tão bem compreendida por grande parte dos ginecologistas.

Devem ser investigadas obrigatoriamente em pacientes com história de vários abortamentos e antecedentes de trombose, hematoma retro-placentário, óbito fetal anterior ou atual, restrição de crescimento fetal atual ou anterior, prematuridade e casos de trombose em familiares de primeiro grau.

A coagulação é determinada por vários fatores no sangue e cada um deles pode ser alvo de alterações específicas, que podem ser herdadas geneticamente ou podem se desenvolver durante a vida. Cada uma delas podem ser pouco relevantes ou muito graves. Portanto, as trombofilias não são todas iguais, e essa diferenciação será feita por testes laboratoriais. O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível com a administração de anticoagulantes que não façam mal para o feto. Basicamente são o AAS e a enoxaparina (nome comercial mais conhecido é Clexane). Qual deles será usado, se em forma individual ou associada e em que dose, será decidido especificamente a depender de qual trombofilia a paciente possui. A depender do caso, deverá ainda ser usada até 06 semanas pós- parto.

As trombofilias mais prevalentes e que devem ser investigadas são mutação do fator V de Leiden, mutação do gene MTHFR, mutação do gene da protrombina G, proteína C, proteína S, antitrombina III, anticorpos anticardiolipina, anticoagulante lúpico e anticorpo anti- beta2 glicoproteína I.

Pré-natal

O pré- natal é de alto risco e as consultas devem ser a cada quinze dias e no terceiro trimestre semanais. Exames laboratoriais e ultrassonografias com doppler devem ser feitas de rotina para interceptação de qualquer alteração no feto.

Dada a gravidade da patologia e o alto risco para a gestante e para o feto, recomendações no sentido de se pesquisar suas possibilidades e propensões de acometimento na gestante, antes mesmo da gravidez, são altamente prudentes e oportunas. Uma consulta ao Ginecologista com o objetivo de pesquisar perfis de risco e planejar a gestação podem poupar toda a família de meses de preocupação e sofrimento, além de garantir uma gestação mais saudável e segura para mãe e filho. A paciente pode e deve exigir essa investigação de seu médico.